Olá, estamos começando mais um podcast Ad Talks, o guru da programática. Aqui vamos falar mais sobre mídia programática e tudo o que você precisa saber para monetizar o seu site ou aplicativo com anúncios. Em cada novo episódio temos um guru convidado pela MonetizeMore para conversar com a gente e compartilhar sua visão sobre a programática. Então seja muito bem-vindo. Sinta-se em casa para aproveitar com a gente essa conversa. E se você ainda não nos acompanha nas redes sociais, nos siga no Instagram e se inscreva no nosso canal do Youtube, com vídeos novos todas as semanas.
Diego Dalbem: Fala galera, estamos começando mais um podcast Ad Talks, o guru da programática. Aqui vamos falar mais sobre o mundo da mídia programática e tudo o que você precisa saber para monetizar o seu site ou aplicativo.
Hoje o nosso tema é o cenário atual da proteção de dados… como é que fica? A discussão sobre proteção de dados na internet já é um assunto muito discutido, não só no meio do marketing, mas principalmente no que afeta a experiência do usuário. Mas como isso pode afetar publishers que monetizam blogs, sites ou até mesmo aplicativos através de anúncios?
O que o mundo da programática pode esperar para esses próximos anos com as entradas das leis como a LGPD? Para bater um papo sobre esse assunto, trouxemos aqui a Mônica Porcho, Team Captain de Adops da MonetizeMore na América Latina. Ela vai poder falar um pouco mais sobre como é que essas mudanças vão afetar a monetização e como você pode se preparar para o que vem por aí.
Seja bem-vinda, Mônica! Tudo bem com você?
Mônica Porcho: — Oi, obrigada, Diego! Como o Diego me apresentou aqui, eu sou Team Captain do time de Adops LATAM, então eu gerencio aí uma das equipes LATAM da casa e passei por esse período de adequação com a LGPD.
Diego: — Legal, Mônica! Obrigada por ter aceitado nosso convite para participar aqui do nosso podcast, fica à vontade para compartilhar um pouco da sua história e experiência e também o que tem de novidade por aí em relação à proteção de dados.
Mônica: — Obrigada pelo convite e, assim, para falar de dados, a gente tem que pensar o seguinte, apesar de que aqui a gente vai focar mais na Internet, a LGPD ou qualquer outra lei de proteção de dados, elas influem muito na nossa vida online ou off line também, tá? Então a gente cada vez mais vai ser pedido pelas empresas autorizações para que eles mantenham o nosso cadastro com eles ou coisa assim. Então isso vai se tornando parte da nossa vida mesmo, tá?
— Mas olhando para o mundo online, que é o que a gente trabalha aqui, com essa lei em vigor, não só a LGPD, mas olhando o publisher brasileiro que vai ter tráfego muito provavelmente em Portugal também, então ele vai também ser afetado pela GTPR, que é a lei europeia. Em ambos os casos, o principal ajuste que você deve fazer é, dois principais ajustes, na verdade: é você ter uma página de políticas de privacidade e que nessa página você deixe claro como seu usuário faz o opt out, ou seja, como ele pode optar por não ter mais os dados deles guardados alí. Então isso tem que constar, é uma diretriz até que se você procurar aí agora no Google sobre política de privacidade, você vai achar isso do opt out.
Diego: — Ô Mônica, só para o pessoal que está nos ouvindo entender e a gente situar um pouco por aqui, tu comentaste que a proteção de dados impacta nossa vida tanto online quanto offline, para quem está nos ouvindo e é editor, no que afetaria exatamente?
Mônica: — Uhum, claro. Para quem é editor, primeiro passo, ter sua política de privacidade atualizada com opt out e a sua política de privacidade também tem que explicar para o que esses dados estão sendo coletados, para que você vai usar esses dados? Então isso tem que constar lá. E outra coisa muito importante é que você tenha um CMP, que é um Consent Management Platform, no nosso português, é uma plataforma digital de gerenciamento de consentimento. Que nada mais é do que um gerenciador de consentimento que o usuário vai dar. Para ficar mais fácil e mais visual, vamos pensar que é aquele pop-up que aparece nos sites, que diz “você aceita esses cookies?”. Sim, não ou talvez você possa editar esses cookies e decidir o que você quer dar permissão ou não. Isso a gente chama de CMP. É obrigatório ter hoje, você tem que ter, o usuário tem que aceitar ou não, tem quer ser “cookado”, digamos assim, que é a mesma coisa do que dar seu consentimento para que os dados dele sejam guardados. Então a gente pode pensar em cookies como dados dos usuários, para ficar mais fácil da gente pensar, tá?
Diego: — Uhum.
Mônica: — E é muito importante que esse CMP esteja de acordo com as regras da IAB. Quem é a IAB? Ela é a principal autoridade, tanto nacional, como internacional, quando o assunto é anúncio online. Então no site da IAB vocês podem achar uma lista dos CMPs que estão de acordo com a IAB. É bem importante isso para que você não seja prejudicado por anunciantes por não estar de acordo com a lei, enfim. É preciso disso.
Diego: — E o que a gente pode esperar para o futuro da programática com a internet cada vez mais restringindo, né, os dados e também pedindo essa autorização para os usuários? Será que isso também não vai afetar a parte de anúncios?
Mônica: — É um pouco difícil fazer previsão, assim, do que vai acontecer, até porque, Diego, como esse é um movimento que não é novidade… ele pode até ser uma novidade no Brasil porque a lei tem mais ou menos um ano em vigor, se eu não me engano, é um pouquinho menos de um ano em vigor. Então vamos dizer que aqui no Brasil é uma novidade, mas no mercado como um todo isso não é uma novidade. Porque nós temos já outras leis em vigor em outros lugares do mundo que falam a mesma coisa. A gente tem uma lei mais famosa, que é a GTPR, que a LGPD, digamos, é bem parecidinha com ela, e nós temos uma na Califórnia, que é a CCPA, que é uma lei também de proteção de dados. Então é meio difícil dizer com precisão porque o mercado já está se preparando há um tempo para isso porque é uma conversa que já se tem há muito tempo, sabe? Não é uma coisa nova.
— A indústria já vem se preparando para isso, por exemplo, os anunciantes cada vez menos dependem de cookies de terceiros. O que é isso? É como se eu tivesse pegando um banco de dados de uma outra empresa, então eles estão usando para anunciar os próprios dados que eles recolhem com o aceite do usuário para fazer uma publicidade mais assertiva, né?
— Porque todo mundo já foi “cookado” e foi seguido pelo mesmo anúncio por muito tempo. Aposto, Diego, que você já pesquisou, sei lá, queria um tênis vermelho e você entrou na marca X lá, você entrou no site X, e esse tênis te perseguiu… você foi “cookiado”!
Diego: — Ou passagem aérea também, né? Você quer viajar…
Mônica: — Exato! A gente tem que entender que nem sempre isso é ruim. Especialmente porque muitas vezes vêm bons negócios daí. Porque vão te mostrar uma propaganda que tem alí um desconto, alguma coisa assim. Ou vão te passar e-mail… porque eles sabem: “pô, é o Diego, eu tenho o e-mail dele”.
Diego: — O problema é quando você tá pensando, nem falaste ainda ou digitaste e apareceu alí alguma coisa relacionada, né?
Mônica: — Então, há uma coisas assim que acontecem… mais isso fica para outro podcast! [risos]. A gente entra em outro assunto e foge um pouquinho.
Diego: [risos] — Sim, eu to brincando!
Mônica: — Mas nem sempre o cookie é ruim e isso o mercado sabe e o usuário também sabe. A gente tem que pensar assim: ainda bem que existem essas leis. Eu acho que assim, o editor que está preparado, fazendo tudo bonitinho, ele não tem que ter medo porque isso vai ser bom para todo mundo porque vai criar um ambiente de maior transparência e maior segurança para todo mundo. Vai ser melhor para todo mundo.
— Então, assim, é difícil eu dizer exatamente o que vai acontecer porque eu ainda acho que esse assunto vai ser muito debatido. Nós não terminamos, não foi porque redigimos uma lei que terminamos esse assunto. Eu acho que é apenas o começo da discussão disso.
Diego: — Sim…
Mônica: — E também porque o usuário vai mudando a relação que ele tem com esses dados. No começo na internet ninguém entendia muito bem. Agora a gente já tem um usuário mais educado e, com um usuário mais educado, questionamentos começam a surgir.
Diego: — E quais são as consequências para o editor que não se regularizar, enfim, e não realizar esses processos?
Mônica: — Assim, vamos falar de um caso extremo, que é: ele vai ser penalizado pela lei. Como tem uma lei em vigor, como em qualquer mercado que tenha uma lei em vigor, ele pode ser penalizado por isso.
— E outra é que as próprias ad nets, quem coloca anúncio no site, digamos assim, um Google Ad Manager ou um ad network tipo Appnexus, a gente pode pensar em qualquer uma, eles vão preferir um site que vai estar adequado. Entendeu? E aí você pode, sim, perder receita. Mas o pior de tudo é você ser sancionado pela lei.
Diego: — Perfeito, Mônica. Interessante a gente saber essas questões. A gente queria entender se tem ainda espaço para criar um ambiente seguro para o usuário e também lucrativo para os publishers daqui para frente. Não sei como tu vê o futuro, isso ainda é meio incerto, mas acho que tem espaço para os dois como tu tinha comentado, né?
Mônica: — Tem, tem espaço para os dois. É incerto no sentido de que se a gente for pensar na história da internet, esse é um debate novo. Então ele é incerto. Por que isso? Porque ele é novo. Tudo que é novidade gera instabilidade.
— Mas é possível, sim, você ter uma internet tanto segura para o usuário, do ponto de vista de preservar a privacidade, e você ter lucro para os editores, pois uma coisa não anula a outra até porque a gente vê a indústria já se adequando a isso, né? Tanto do lado dos publishers, quanto do lado dos editores, como do lado dos anunciantes.
— A gente vê hoje… você navega na internet, né? Quantos sites você vê hoje, que você entra, que não tem o CMP que eu falei, que é aquele pop-up que eu falei? Não é só um pop-up, tem coisa por trás, mas vamos simplificar e pensar no pop-up. Quantos sites você entra na internet que não tem aquele CMP, aquele pop up de aceite do usuário?
Diego: — Realmente, realmente, Mônica. São poucos, se você for parar para pensar, né? Grande parte a gente já vê que já tem esse pop up aparecendo e pedindo essa autorização, então é uma preocupação e já está sendo aplicado por muitos. Né?
Mônica: — Eu acho que é uma mudança que o mercado tomou bem, não vi forte resistência a isso. Essas pessoas entenderam bem o porquê disso. Isso foi muito legal. Agora do ponto de vista de Adops, daqui de quem trabalha com isso, a gente não teve resistência nenhuma dos publishers. Acho que eles também entenderam bem, não só por ser uma obrigação, mas acho que eles entenderam que isso ia tornar o ambiente da internet mais bacana.
Diego: — É a transparência, né? Como tu falaste, a transparência é um caminho muito importante para seguir, né?
Mônica: — Exatamente.
Diego: — Mas isso é algo que vocês exigem para os editores, ou não?
Mônica: — É algo que a gente exige ou a gente coloca para eles. Tem os dois. Mas muitos já chegam para a gente com. Isso acontece bastante porque, como eu falei, o mercado tá muito esperto e ele tá entendendo que esse é o caminho a seguir. A conversa só vai evoluir. Não vamos voltar a ser sem regulação, então eles estão realmente bem antenados.
Diego: — É, com certeza é uma tendência. Bom, Mônica, eu queria te agradecer pela presença aqui hoje, de estar aqui compartilhando um pouco sobre LGPD, e também esse processo que está tendo, né, da proteção de dados, e também uma tendência para quem é editor, monetiza seu site, seu blog, e gostaria de saber, de estar a par da situação também.
— Gostaria de deixar um espaço para ti também, caso você queira fazer alguma conclusão, deixar um recado para quem está nos ouvindo, e vocês que estão nos ouvindo, espero que tenham curtido o papo com a Mônica, fiquem a vontade para deixar seus comentários, e fiquem ligados que traremos um novo episódio para vocês. Brigada mais uma vez, Mônica!
Mônica: — Brigada você, Diego, pelo convite. Gente, no site da MonetizeMore a gente tem artigos sobre isso que podem te dar mais informações se alguma coisa não ficou clara aqui. A própria IAB que eu citei também é um ponto de referência muito importante para vocês olharem se tiverem alguma dúvida e é isso, gente. É importante que a gente esteja de acordo com a lei para a gente poder ficar tranquilo e fazer monetização sem problema
Diego: — Perfeito, Mônica! Obrigado, viu? E fiquem ligados que logo mais teremos mais um episódio do podcast Ad Talks, o guru da programática.